O atendimento psicológico de crianças e adolescentes de acordo com os princípios da Abordagem Centrada na Pessoa não é uma novidade. Podemos encontrar publicações a respeito com mais de 7 décadas de existência. Em Terapia Centrada no Cliente, de Carl Rogers, publicado originalmente em 1951, há um capítulo dedicado à ludoterapia, escrito por Elaine Dorfman. Os livros de Virgínia Axline Ludoterapia e Dibs: em busca de si mesmo são considerados clássicos e suas primeiras edições datam, respectivamente, de 1947 e 1964.
Há, todavia, poucos textos de autores brasileiros tratando do tema e não resta dúvidas sobre o quanto os aspectos culturais são relevantes tanto para a constituição das questões levadas para os consultórios quanto para a tradução da teoria em prática. Devemos adicionar ainda o fato de este material estar disperso em diferentes livros ou ser produto de dissertações e teses de estudantes de cursos de pós-graduação, consultados, consequentemente, em sua grande maioria, apenas por profissionais da área interessados em realizar investigações acerca do assunto.
Deste modo, este livro que está agora em suas mãos é inovador em dois sentidos: reúne três autoras brasileiras que relatam e refletem sobre suas vivências no exercício da prática clínica com crianças e adolescentes, e, além disso, na escrita dos capítulos, destaca-se o interesse em buscar a comunicação com um público amplo, não limitado a psicoterapeutas sem, contudo, negligenciar a profundidade requerida pelo objeto de estudo.
